Terapia com Cannabis Medicinal em Neuropsiquiatria

O uso medicinal da cannabis já é descrito há milhares de anos mas somente recentemente ganhou força na medicina moderna após  a descoberta de receptores específicos para os componentes da Cannabis, o que se descreveu como “sistema endocanabinoide” , através das ligações com esse sistema no corpo humano, os canabinoides podem apresentar propriedades analgésicas, anticonvulsivantes, antiespásticas, ansiolícas, antieméticas, entre outras.

As duas principais substâncias químicas presentes na Cannabis para tratamento médico é principalmente o CBD e em alguns casos também o THC , dependendo da situação individual de cada paciente  pode-se  usar diferentes posologias e frações de THC e CBD. O uso da Cannabis Medicinal  vem de três diferente espécies de plantas a cannabis Sativa, Indica e Ruderalis.

A Clínica Higashi foi uma das pioneiras a utilizar a Cannabis Medicinal no Rio de Janeiro (2015), naquela época, existiam muitas barreiras burocráticas para o paciente conseguir a Cannabis para uso médico, o que dificultava o acesso do paciente ao tratamento com cannabis medicinal, no entanto, hoje estes entraves burocráticos diminuíram consideravelmente. 

 

Diferenças entre o uso do cannabis medicinal e o uso recreativo
É importante ressaltar que o uso medicinal da cannabis não tem nenhuma relação  com o uso recreacional. Para começar o uso recreativo do cannabis se da através do fumo e pela sua ação psicoativa relacionada ao THC, ao contrário, a ação terapêutica do cannabis esta mais relacionada ao CBD, principal composto não psicotrópico da Cannabis. O CDB não causa dependência,  é utilizado em forma oral líquida (gotas), oral em cápsulas ou comprimidos, spray nasal ou até mesmo tópica em forma de creme ou gel, ou seja, a posologia pode ser ajustada de acordo com a necessidade de cada paciente levando em conta a massa corpórea, comorbidades e ajuste para benefício de determinada condição patológica, além disso, quando o médico prescreve  a cannabis para fins medicinal, ele utiliza, produtos que tem selo de qualidade em relação a suas concentrações e pureza em relação a contaminação por  metais tóxicos e agrotóxicos, ao contrário o uso da maconha recreacional, não existe nenhum controle de  concentração e pureza, além disso, pode gerar dependência,  depressão, alteração cognitiva e problemas pulmonares.

Um breve histórico da cannabis medicinal
O uso da Cannabis como tratamento medicinal não é algo novo na humanidade, data de 2700 A.C o primeiro registro foi encontrado na farmacopeia chinesa, Pen Ts’ao Ching recomenda o uso da cannabis para dores nas articulações e prisão de ventre. No Egito 1500 A.C, o Papyrus Ebers, livro de medicina do Antigo Egito, indica a cannabis para inflamações nos olhos e cólicas menstruais. Já no século 19 a tintura de cannabis já era utilizado nos Estados Unidos para alivio das dores e náuseas, entretanto, nos anos 30, houve uma intensa campanha de grupos conservadores contra a maconha, jornais passaram a publicar seguidas matérias associando a crimes violentos. Também devemos levar em conta que o cannabis e seu derivado, o cânhamo, estavam ameaçando a industria do papel e seus aditivos derivados do petróleo e o cânhamo poderia ser uma obstáculo ao crescimento deste mercado, sob pressão, em 1937, o congresso americano proibiu não apenas o uso da maconha recreacional mas também a planta e todas as suas possibilidades medicinais. Nos anos seguintes, o mesmo aconteceria com o resto do mundo.

Livro chinês Pen Tsao, escrito por volta 2.700 antes de Cristo, considerada a primeira farmacopeia da História sugere o uso de maconha medicinal

Livro chinês Pen Tsao, escrito por volta 2.700 antes de Cristo, considerada a primeira farmacopeia da História sugere o uso de maconha medicinal.

A mudança de paradigma em relação da possibilidade do uso da Cannabis como tratamento medicinal ocorreu a partir da década de 90 com a descoberta a nível cerebral do sistema endocanabinoide pelo pesquisador israelense Raphael Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalem,  a qual verificou-se a existência de receptores específicos para os canabinoides que são os compostos químicos do vegetal do gênero Cannabis. No total 110 canabinoides distintos já foram isolados, sendo os principais o canabidiol (CBD) e o tetra-hidrocanabinol (THC). Em 1996, o estado americano  da Califórnia (EUA) foi o primeiro a aprovar por plebiscito o uso medicinal da cannabis, foi ,então, denominado de  “lei da compaixão”. Em 2001 por ordem judicial, o Canadá tornou-se o primeiro país do mundo a ter um programa federal que fornece maconha para fins terapêutico. No Brasil, em 2014, foi autorizado o uso do CBD como uso compassivo (medicamentos sem registro na Anvisa), no entanto, devido a burocracia , pacientes necessitavam  cerca de quatro meses para conseguir o tratamento e com um custo pouco acessível para maioria da população, contudo, em 2020, uma nova regulamentação da Anvisa, permitiu a venda de produtos derivados de cannabis em farmácias criou-se uma categoria especial para os chamados “produtos derivados de cannabis”, que fica entre os suplementos alimentares e os medicamentos, o insumo pode  ser importado, e as empresas podem importar a matéria-prima semielaborada, não a planta em si, como a farmácia pode importar em grande quantidade , o custo foi diminuído. Estas nova medidas que facilitaram a prescrição do médica e o acesso do paciente ao Cannabis Medicinal.

Condições clinicas em estudo para potencial uso da Cannabis medicinal

  • Epilepsia
  • Dor Cronica
  • Espasticidade
  • Insônia
  • Ansiedade
  • Autismo
  • Complicações oncológicas
  • Doenças autoimunes
  • Doenças degenerativas

Com funciona o tratamento médico com cannabis.
Primeiramente você será avaliado em uma consulta médica, para avaliar  se sua a condição clínica atual, bioquímica e patológia individual poderá se beneficiar do tratamento com Cannabis Medicinal, caso esta resposta seja positiva, será prescrito qual tipo de produto, concentração e posologia a base de cannabis mais adequado para o seu caso. Após esta primeira consulta será realizado o acompanhamento da evolução e resultado do tratamento. Marcação de consulta médica através dos telefones da Clínica Higashi: (21)34398999 / (21)982084972 no Rio de Janeiro ou (43)33238744 / (43)98300218 em Londrina.