A ação do hormônio bioidêntico oxitocina e o sistema nervoso central

A oxitocina é um hormônio, produzido pelo hipotálamo e armazenado pela hipófise posterior. O hipotálamo coordena as interações entre os neurônios e hormônios secretados pela glândula pituitária.
Representação esquemática das interações entre o hipotálamo e a hipófise. A liberação do hipotálamo e os hormônios inibidores exercem seus efeitos sobre a liberação de hormônios pituitárias anteriores. A oxitocina e vasopressina (hormônio antidiurético) são liberados diretamente por axônios hipotalâmicos que terminam na hipófise posterior, e os hormônios são secretados de lá diretamente para a circulação sistêmica.

Quando liberada perifericamente pela hipófise posterior, atua estimulando a produção de leite materno e a contração uterina no parto, já quando é liberada centralmente, a oxitocina age como um neuromodulador de diversos processos, tais como modulação da ansiedade, da libido, da interação social e regulação das respostas neuroendócrinas e cardiovasculares. Considerada o ‘’hormônio do amor’’, é alvo de recentes pesquisas, pois melhora a interação social e a realização de vínculos afetivos.

Efeitos da oxitocina em estudos no nosso organismo:
·       Oxitocina dilata os vasos sanguíneos melhorando o fluxo sanguíneo, ajudando a reduzir a pressão arterial.
·       Oxitocina melhora a cicatrização de feridas devido a melhoria  do fluxo sanguíneo.
·       Oxitocina estimula a melhorar a ligação entre os amantes.
·       Oxitocina acelera e intensifica o orgasmo e melhora o desejo sexual ou libido.
·       Oxitocina aumenta a produção de hormônios anabólicos (hormônio do crescimento e testosterona), e reduz a produção de hormônios catabólicos como o cortisol.

Sinais e Sintomas da diminuição de Oxitocina no organismo são mentais e físicos:

·       Palidez
·       Olhar infeliz
·       Olhos secos
·       Corpo pobre em expressões emocionais.
·       ↓Libido
·       Estresse
·       ↓ da função cognitiva
·       Distúrbios do sono.
·       Falta de lubrificação da glande durante o sexo.
·       ↓da capacidade de ejacular.
·       Não sorri.
·       Mulher com ↓ da capacidade de orgasmo
·       Obesidade
·       Calorosa antes, agora se tornou fria e introvertida.
·       Dores musculares e pontos musculares sensíveis e tensos.
·       Excesso de sensibilidade a dor.
·       Incapacidade de amamentar, pois falta ejeção do leite, mesmo com seios cheios de leite.
·       Ansiedade excessiva/medo

Oxitocina em mulheres

Nas mulheres a oxitocina pode melhorar o libido feminino, também aumenta a lubrificação e o tônus vaginal. Intensifica a experiência do orgasmo e a memória de experiências prazerosas. As mulheres chegam mais rápido ao orgasmo quando se utiliza a oxitocina e são mais propensas a experimentar múltiplos orgasmos. A oxitocina é por vezes utilizado durante o momento do parto, pois aumenta as contrações uterinas. Também estimulam o aleitamento materno através da contração das glândulas mamárias produtoras de leite.

Oxitocina em Homens

A oxitocina nos homens pode aumentar a sensibilidade do pênis durante o contato sexual e aumenta a freqüência das ereções. Ela melhora a ejaculação pela contração estimulante das vesículas seminais, túbulos seminíferos, epidídimo e da próstata. A liberação de espermatozóides também é reforçada pela oxitocina. Após o orgasmo a oxitocina induz a sonolência nos homens. No homem, a Oxytocina aumenta o volume de esperma e intensifica a experiência do orgasmo. Outros benefícios demonstrados em estudos estão relacionados ao aumento de hormônios anabolizantes como a testosterona e o IGF-1, relaxamento muscular resultando na diminuição em sintomas de fibromialgia e na diminuição da hipertensão arterial e a vasodilatação coronariana.

O que pode ser feito para aumentar naturalmente os níveis de oxitocina?

Oxitocina é aumentada através do contato físico, abraços, massagem, atividade física, contato sexual, e atividades como canto e leitura. Os níveis de oxitocina são diminuídos pelo isolamento ou solidão, ansiedade, depressão, estresse crônico, e as deficiências nos hormônios sexuais. Os níveis de oxitocina diminuem com a idade, pois as células que produzem a oxitocina se tornam menos sensíveis a estímulos.

A sub-região do hipotálamo é alterada no grupo com autismo é responsável pela síntese de oxitocina e vasopressina. Ambos os hormônios têm sido associados ao autismo.

Trabalhos científicos comprovam os benefícios da oxitocina na melhora do comportamento repetitivo, interação ocular, social e vínculo emocional de pacientes autistas e esquizofrênicos. Os cientistas e pesquisadores ainda estão estudando os benefícios da oxitocina, e um desses pesquisadores, o psiquiatra Eric Hollander, MD, da Mount Sinai School of Medicine, de Nova York, acredita que as injeções de oxitocina são extremamente benefício para os adultos que sofrem de autismo. Em sua pesquisa, ele demonstrou que os adultos que tinham sido diagnosticados com síndrome de Asperger ou outras áreas do espectro do autismo foram capazes de reagir com mais profundidade e clareza em situações sociais após uma injeção de oxitocina.

O teste utilizado foi aquele que perguntou aos adultos para identificar o conteúdo emocional a partir da fala. Normalmente, aqueles que sofrem de autismo têm alguma dificuldade com inflexão e aspectos emocionais da conversa. Ao utilizar um impulso de oxitocina, os sujeitos foram capazes de perceber mais sobre as emoções das pessoas falando. Aqueles que estavam tomando um placebo, no entanto, não teve nenhuma melhora perceptível. Este não foi um estudo enorme e abrangente, mas é uma que abre outra porta para as opções de tratamento para quem quer superar os sintomas do autismo. A pesquisa adicional está sendo feito para ver se há é um efeito semelhante quando A oxitocina é usado para pacientes que sofrem a de transtornos de ansiedade sociais.

Segundo um novo estudo realizado por David Yeomans, director of pain research at Stanford University School of Medicine o hormônio oxitocina pode funcionar como um tratamento para aliviar dores de cabeça freqüentes. Estudos anteriores já haviam demonstrado que a oxitocina aumentava a confiança e a ligação social entre as pessoas. Agora, a nova pesquisa mostrou que é eficaz contra dor de cabeça também.  40 pacientes participaram do estudo. Os pacientes tinham uma condição chamada cefaléia crônica diária, na qual as pessoas experimentam pelo menos 15 dores de cabeça por mês, muitas vezes fortes enxaquecas. Os participantes haviam tentado vários tratamentos existentes sem obter bons resultados. Dos pacientes que receberam uma dose de oxitocina como spray nasal, 50% relataram que a dor de cabeça diminuiu pela metade, e 27% não relataram dor após quatro horas.  Em comparação, somente 11% dos pacientes que receberam um spray placebo disseram que sua dor de cabeça diminuiu pela metade depois de quatro horas, e nenhum deles relatou alívio completo da dor. Os pesquisadores acreditam que a oxitocina trabalha agindo sobre o nervo trigêmeo, que carrega a informação da dor da cabeça e do rosto. A oxitocina se liga à receptores no nervo e bloqueia os sinais de dor. Até agora, os pesquisadores não observaram quaisquer efeitos secundários adversos do tratamento com oxitocina.

Fonte: Revista ISTOÉ N° Edição: 2061 | 13.Mai.09.

Um estudo publicado no ano de 2011 na revista PNAS descreve os efeitos da oxitocina em um grupo de pessoas com autismo. O hormônio melhorou o reconhecimento de expressões faciais e a habilidade de interação dos voluntários com autismo em jogo virtual. Outro exercício exigia que os participantes olhassem para expressões faciais em um computador e identificassem se o rosto era de homem ou mulher e a direção que os olhos apontavam. Autistas, antes do tratamento com oxitocina, olhavam pouco para o rosto representado na imagem. Após as doses de oxitocina, conseguiram fixar mais seu olhar. O resultado sugere que a oxitocina reduza a ansiedade dos autistas na hora de fazer contato visual.

Fonte: Equilíbrio e saúde. Folha.com em 03.10.2011-13:55h


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