Os transtornos alimentares são doenças mentais fatais caracterizado por uma obsessão por comida e peso. Anorexia , bulimia, compulsão alimentar são mais comuns em mulheres do que homens e geralmente começam na adolescência, embora os seus efeitos podem ser vistos em todas as idades, raça e sexo.

Transtornos alimentares podem afetar o funcionamento de todos os sistemas do corpo, especialmente o coração e os rins e pode causar danos permanentes e até a morte.  Por causa da urgência dos riscos associados com transtornos alimentares, recebendo tratamento de alta qualidade é a melhor maneira de combater as conseqüências físicas e mentais destas doenças mentais devastadoras. Esses transtornos atingem entre 1 e 4% da população e seguem aumentando de frequência significativamente nos últimos anos(1).

Veja a reportagem sobre Transtornos Alimentares:

Existe um número diversificado de transtornos alimentares dependendo da fonte.

• Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP): é uma classificação relativamente recente para a compulsão por comer característica da bulimia que não envolve o uso de métodos extremos de perda de peso como vômito, anfetaminas e laxantes. 30% dos obesos possuem esse transtorno e sua prevalência na população gira em torno de 2% (2). Algumas características importantes para diagnóstico: ataque de comer; comer rápido, ficar cheio”; comer grande quantidade de comida sem fome; ficar constrangido pela quantidade de comida; sentir-se deprimido após a superalimentação; ter desconforto; ocorre pelo menos 2 vezes na semana; não está associado ao comportamento compensatório enão ocorre na anorexia e na bulemia.

• Transtorno obsessivo compulsivo por alimentos: envolve pensamentos incontroláveis, repetitivos e persistentes, que só são aliviados enquanto o indivíduo se alimenta. Enquanto não se alimentar seguindo suas crenças o indivíduo sofre de uma ansiedade crescente e pensamentos constantes até ceder e é imediatamente reforçado positivamente (com o prazer de comer) e negativamente (com o alívio da ansiedade) enquanto estiver comendo. Mesmo que esteja ciente de que seus pensamentos são prejudiciais a si mesmo, irrealistícos e inapropriados o indivíduo não consegue controlá-los.Anorexia: atingem uma grande perda de massa, de modo que o seu Índice de Massa Corporal (IMC) se reduza a valores inferiores a 17,5 kg/m². A perda de peso pode ser efetivada por estrita restrição dietética, em adição a exercícios físicos excessivos; também podem abusar de técnicas purgativas (provocar-se vômitos, abusar de laxantes ou diuréticos, etc.) que acreditam resultar em perda das calorias consumidas.

• Bulimia: passam por episódios (pelo menos duas vezes por semana) de comilança desenfreada que resultam num consumo de calorias muito superior ao de uma pessoa normal no mesmo período. Seguidos desses episódios, são por eles empregados vários hábitos que visam compensar o ganho calórico, entre os quais os mais usados são as técnicas purgativas; em uma pequena minoria dos casos, porém, bulímicos limitam-se a se exercitar rigorosamente e/ou jejuar por longos períodos, sem provocar a purgação da comida. A bulimia se distingue do tipo purgativo da anorexia, por não haver, o emagrecimento extremo.

• Hipergafia: é quando um evento traumático resulta em um aumento no consumo de alimentos e consequentemente um rápido aumento de peso, geralmente resultando em obesidade piorando a auto-estima e auto-confiança do indivíduo.

• Ortorexia: É a obsessão por alimentos saudáveis e nutritivos excluindo uma grande quantidade de alimentos, principalmente os mais industrializados, dessa dieta. Quase sempre ocorre em países desenvolvidos.

• Pica: É o impulso de comer objetos não nutritivos nem cuja ingestão é aceita socialmente. Mais comum em crianças e mulheres grávidas. Seu nome é baseado no nome latim de um corvo famoso por comer de tudo. Ex: solo/terra, moedas, carvão, giz, tecido.

• Síndrome de Prader-Willy: Afeta crianças independentemente do sexo, raça ou condição social. De natureza genética, mais frequente em quem possui baixa estatura e peso, geralmente envolve retardo mental ou transtornos de aprendizagem e desenvolvimento sexual incompleto se trata de uma necessidade involuntária de comer constantemente, o que quase resulta em outros problemas de saúde como obesidade e problemas cardiacos.

• Transtorno de ruminação: é caracterizado pela regurgitação ou remastigação repetida que não podem ser explicados por nenhuma condição médica. Podem resultar em desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e até morte(3).

• Vigorexia:  É a obsessão por um corpo musculoso e atraente, quase sempre em homens. Envolve um treinamento muscular obsessivo e alimentação voltada para a manutenção desse corpo com uso frequente de anabolizantes. É classificada junto com os transtornos alimentares por envolver um disformismo corporal reforçado pelo culto a imagem, o desenvolvimento de uma alimentação restrita e hábitos patológicos como causas.

Os distúrbios alimentares causam impacto na pessoa como um todo – corpo, mente e espírito – o tratamento deve ser global e individualizado.  Os programas de tratamento para transtorno alimentar combina assistência médica especializada, individual, de grupo e terapia familiar, nutrição, educação e outras intervenções sob medida para as necessidades específicas de cada indivíduo.

A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma técnica moderna não-invasiva, indolor, usando campos magnéticos para estimular ou inibir funções cerebrais.  Através de estimulos magnéticos que alcançam áreas cerebras reequilibrando suas funções e sua bioquímica. A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é utilizada em várias doenças como depressão, Parkinson, sequelas do AVC e também, nos Transtornos Alimentares.

Estudo feito na Inglaterra,neste ano (2011), publicado no Euronews, cientistas britânicos apontam a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no combate aos Transtornos Alimentares. Veja o vídeo com a reportagem clicando no link abaixo:

http://pt.euronews.net/2011/11/21/estimulacao-magnetica-do-cerebro-para-tratar-anorexia/

Outro estudo feito pelo King's College London, em 2011,  investigou que a sessão de alta freqüência (10 HZ) de Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no córtex dorsolateral pré-frontal esquerdo reduz os sintomas relacionados com transtorno alimentar após a exposição a estímulos visuais e reais de alimentos. Dez pessoas destras com anorexia nervosa passaram por 30 sessões de Estimulação Magnética Transcraniana  (EMT).  Experiências subjetivas relacionadas com o transtorno alimentar (por exemplo, desejo de restringir, sensação de plenitude, etc) foram avaliadas antes e após a Estimulação Magnética Transcraniana  (EMT). O resultado foi a redução dos níveis de sensação de plenitude, sentindo-se gorda e sentir-se ansioso. Assim, a Estimulação Magnética Transcraniana  (EMT) pode reduzir os sintomas principais da anorexia nervosa e outros transtornos alimentares(4).

Para maiores informações sobre Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), Transtornos Alimentares e Neurologia entre em contato com a Clínica Higashi no Rio de Janeiro pelo telefone (21) 3439-8999.

 

Leitura Complementar:
1. Szmukler GI. The epidemiology of anorexia nervosa and bulimia. J Psychiatr Res. 1985;19:143-53.
2. No single answer to treating binge eating disorder. Drugs & Ther Perspect 2000;15(5):7-10.
3. Sokol MS, Steinberg D, Zerbe, KJZ. Childhood eating disorders. Curr Opin Pediatr 1998; 10:369-77.
4. Van den Eynde F  e col. Repetitive transcranial magnetic stimulation in anorexia nervosa: A pilot study. Eur Psychiatry. 2011 Aug 29.
5. Shih Jen Tsa. Repetitive transcranial magnetic stimulation: A possible novel therapeutic approach to eating disorders. Medical Hypotheses Volume 65, Isseu 6, Pages 1176-1178 , 2005

 

Produzido por:
Andrea Nunes Higashi
Coordenadora de Educação e Pesquisa da Clínica Higashi – Neuroestimulação e Neurologia Rio de Janeiro e Londrina